domingo, 26 de junho de 2011

segunda-feira, 20 de junho de 2011

SÉRIE POEMAS

Rotina na Retina

A rotina não persegue a minha retina.
Faça o que eu faça igual todo dia, noite ou madrugada.

Quero a mesma mulher que amo.
O mesmo abraço dessa mulher é cada dia melhor.
Por ser mais forte é sempre diferente.
A paixão é cada vez mais e muito além quanto eu mergulho.

Quero sempre o mesmo bar que desesperadamente bebo.
Quero nele o mesmo copo, mesa, garçom, lugar.
Nada ali se repete em minha mente
A paisagem sempre muda frente aos meus olhos.

Quero os mesmos amigos de sempre,
de mesmo velhos papos que já escutei,
porque os ouço como se fora a primeira vez.
E os papo que ainda não soube serão impressionantes, já sei.

Quero o meu mesmo trabalho seja ele qual seja
e em qual momento e em qual escritório.
A mesma cadeira, o mesmo telefone e batalha.
O mesmo computador de teclado apagado digitando novas conquistas.

Quero o mesmo violão que toco há 40 anos, só trocando cordas.
Quero as minhas mesmas palavras, que as embaralho de outra forma.
Quero as minhas mesmas notas e melodias, que faço outro som.
Eu tenho tanto ainda para criar do mesmo sentimento...

Quero a mesma família em todas as vidas.
O mesmo pai, a mesma mãe, a deles sabedoria.
O mesmo filho, a mesma filha, o mesmo deles orgulho.
A mesma esposa, a mesma estória, começo e fim sempre inesperados.

Mesmo semelhantemente o meu cotidiano é sempre diferente.
Semelhante mente, a minha está repleta de aventuras.
A minha retina está muito louca pra enxergar uma rotina,
pra ter um pouco de paz e um sono pouco, só um pouco tranquilo.

Mas a rotina não persegue a minha retina
Faça o que eu faça igual todo dia, noite ou madrugada...

Fábio Roberto