Cansado desta
poesia maldita que dilacera as palavras,
o coração e
transcende à alma.
Não há como
criar novas canções.
Os temas se
repetiram, repetiram, repetiram
na constante
perversa de uma vida e sua incógnita.
Pois, sim,
existe vida após a morte.
Mas não sei
o que existe antes.
Seria tudo
um pensamento ou um espasmo,
um flash, o último piscar dos olhos do tempo?
Sem resposta
as musas, também cansadas desta poesia maldita
que dilacera
as palavras, as canções, o coração e transcende à alma,
recolheram-se
ao interior das suas asas que nunca mais abrirão.
E assim
resta apenas o silêncio cinza e austero de uma tumba confortável e bela,
onde dormirá
eternamente toda e qualquer inspiração.
Fábio
Roberto