A quem pergunta onde foi parar o meu sorriso,
Respondo que acredito que ele
desceu o rio,
para alcançar o mar onde se misturou
ao Universo.
À agua salgada e sagrada, lugar em
que as energias repunha,
Com vento na cara e chuva leve
regando a alma,
Raios distantes espocando no céu
antes do pôr do sol,
Que sempre nascia imponente e
soberano,
Dourando a natureza e meu corpo outrora
perfeito.
Perfeito é modo de dizer, claro,
Mas pelo menos dava pro gasto,
Pra um jogo de bola, ou a roda de
viola no sarau,
Beber descontroladamente, vivendo
tudo compulsivamente,
Amando respirar a inspiração doada
pela lua e pelas estrelas
Em forma de Musas.
Eu gostava tanto de compor ao
violão, escrever poemas malditos,
Românticos, engraçados,
emocionantes e sérios de chorar.
Então,
Deixe eu chorar um pouco, agora,
por tudo o que vivi e sonhei.
Por tudo que vejo neste planeta
injusto e cruel com os bons.
Ah, e por tanta paixão em meu
coração que às vezes até para de súbito.
Por tudo que ainda tenho por fazer
e sabe deus como farei
E, teimoso, vou tentar, mesmo com
a coragem leonina combalida.
A Juba já está curta aguardando o
que virá
Queria ser muito mais forte do que
na verdade eu sou.
Então eu oro para protetores, guias
e ancestrais, que me ajudem
E ajudem todos e todas que amo
desenfreadamente
O sorriso, já disse, sempre esteve
em meus olhos.
Deixe eu chorar um pouco com eles,
agora.
Fábio Roberto
13/10/23
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