sexta-feira, 25 de dezembro de 2020
segunda-feira, 14 de dezembro de 2020
quinta-feira, 26 de novembro de 2020
SUB VERSIVO
Se ao pensar questiono o motivo
Se não mudo o que fora e me entoje
Quando nem mesmo sei se estou vivo
Consideram-me tanto e o que foge
O que sinto será subjetivo?
Creio que neste agora despoje
Tudo o que nâo sou-me subversivo.
Quando nem mesmo sei se estou vivo
Consideram-me tanto e o que foge
O que sinto será subjetivo?
Creio que neste agora despoje
Tudo o que nâo sou-me subversivo.
sábado, 14 de novembro de 2020
quarta-feira, 28 de outubro de 2020
sábado, 24 de outubro de 2020
quarta-feira, 21 de outubro de 2020
quarta-feira, 14 de outubro de 2020
quinta-feira, 8 de outubro de 2020
CLAVE DE FÁbio
a sonoridade das minhas unhas rasga o teu corpo inteiro.
a minha boca e dentes estalam na carne do teu pescoço.
a melodia é esta, de selvagem leão, e é o que compor eu posso.
é este meu desespero que te ofereço, linda, como fiel parceiro.
o meu coração irá parar de percutir nesta pauta partida,
pois em alguma noite eu me permitirei esta sábia decisão.
por enquanto, escute-me paixão, olhos, calor e tesão.
dentro de você eu canto o melhor canto da minha vida.
SAL
Mas quem é esse que tanto falo em romance?
Esse não sou eu, então que eu pare antes que me canse.
Eu sou um poeta maldito que as palavras no papel vomita,
feito comida deteriorada e fria de suja marmita.
A minha poesia é para ser lambida pelos cães sem donos,
aqueles que bebem as águas apodrecidas nas sarjetas,
uivando para receber réstias de luar, como gorjetas
clamadas pelos miseráveis que habitaram tronos.
O que escrevo é uma ferida purulenta que nunca cicatriza.
É um sentimento que invade. Não se doma. Não se exorciza.
Corrói por ser lava que desce fumegante a encosta,
queimando a alma numa dor tão forte e poderosa que se gosta.
Estas são as declarações de amor deste visionário insano.
O sabor da minha boca pode ser amargo, estranho, obsceno.
Nunca será doce, tampouco suave. Eu não existo ameno.
Sou o tempero mergulhado sob as ondas do oceano.
Fábio Roberto
Esse não sou eu, então que eu pare antes que me canse.
Eu sou um poeta maldito que as palavras no papel vomita,
feito comida deteriorada e fria de suja marmita.
A minha poesia é para ser lambida pelos cães sem donos,
aqueles que bebem as águas apodrecidas nas sarjetas,
uivando para receber réstias de luar, como gorjetas
clamadas pelos miseráveis que habitaram tronos.
O que escrevo é uma ferida purulenta que nunca cicatriza.
É um sentimento que invade. Não se doma. Não se exorciza.
Corrói por ser lava que desce fumegante a encosta,
queimando a alma numa dor tão forte e poderosa que se gosta.
Estas são as declarações de amor deste visionário insano.
O sabor da minha boca pode ser amargo, estranho, obsceno.
Nunca será doce, tampouco suave. Eu não existo ameno.
Sou o tempero mergulhado sob as ondas do oceano.
Fábio Roberto
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2Patrícia Justino e Marco Silva
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domingo, 13 de setembro de 2020
OUTUBRO - À S.H.
Sim, tu foste eterna
e ainda és, em tantas canções e poemas
a ti dedicados.
Eu me pergunto sempre,
por que éramos tão jovens?
Pra onde estão olhando os teus olhos verdes
que iluminaram o meu coração?
Nesse tanto tempo,
que ventos acariciaram os teus cabelos,
soprando o dourado deles pra tão longe?
A vida separa afinidades e amores.
E não me conformo que eu não nos sabia,
não te compreendia e não me existia.
Eu te deixei ir embora lacrimejando paixão,
sem conseguir explicar o quanto eu também morria.
Talvez por isso a quantidade de escritos e melodias
criadas do nada depois, ditadas por tua inspiração.
Sei que não gostarias destas palavras quadradas.
Éramos undergrounds, contestadores, cults, “meio hippies”.
Diria que até demais, às vezes, um casal bem maluco.
É que hoje estou sem aquele texto ácido, ferino,
agressivo e irônico que me caracteriza.
Mas dane-se o mundo se estou convencional
neste momento em que é tarde,
muito tarde pra dizer “te amo”,
mas agora eu já disse.
segunda-feira, 7 de setembro de 2020
O PONTO
Largar tudo e ir embora. Esvaziar gavetas, bolsos,
carteira,
mente. No coração já não há nada...
Olhos
fechados, sem lembranças. Ir embora sem destino,
sem
violão ou caderno. Não deixar pegadas, rastro, cheiro
ou
fumaça. Ausente de desejos, esperanças, raivas ou
arrependimentos.
Partir subitamente, evitando explicações,
despedidas
e comentários.O próximo lugar será nenhum ou
qualquer
um, nem o destino me sabe. Agir assim por um tempo
indefinido
até parar e apenas fluir no vácuo do pensamento.
Como
se fosse um ponto que só pudesse ter sido visto pelo mais
poderoso
dos satélites, no exato instante em que sumia e deixava
um vago espaço.
Como
se nunca tivesse existido absolutamente nada ali.
Fábio
Roberto
domingo, 6 de setembro de 2020
VONTADE
Esse sentimento dá vontade
Da vontade de morrer
Esse sentimento da vontade
Dá vontade de explodir
Esse sentimento dá vontade,
Dá vontade de você
Esse sentimento da vontade
Dá vontade de sorrir,
Da vontade de viver
Esse sentimento dá vontade
Da vontade de morrer
Esse sentimento da vontade
Dá vontade de gritar
Esse sentimento dá vontade
Dá vontade de você
Esse sentimento da vontade
Dá vontade de chorar,
Da vontade de viver
domingo, 26 de julho de 2020
INCERTO PLANETA
Estava deitado na praia uma noite
Quando você chegou,
Olhou bem no fundo dos meus olhos
E me devorou.
Quando você chegou,
Olhou bem no fundo dos meus olhos
E me devorou.
Estava deitado na praia ou no mar.
De dor e medo eu desmaiei,
Mas no meu sonho você também foi
Tanta luz e calor.
De dor e medo eu desmaiei,
Mas no meu sonho você também foi
Tanta luz e calor.
Estava deitado no mar ou no céu.
Estava deitado no céu ou no sol.
Estava deitado no sol ou no inferno
E você me beijou.
Estava deitado no céu ou no sol.
Estava deitado no sol ou no inferno
E você me beijou.
Estava deitado na praia essa noite.
Quanto tempo levou
Para pouco a pouco ir saciando
O que me alimentou?
Quanto tempo levou
Para pouco a pouco ir saciando
O que me alimentou?
Estava deitado no inferno ou na terra
De um incerto planeta.
A cor da paisagem se desfez
Dentro de você.
De um incerto planeta.
A cor da paisagem se desfez
Dentro de você.
Estava deitado no sonho ou no mundo,
Por um século ou um segundo.
Não houve lágrima nem houve adeus
E você desapareceu.
Por um século ou um segundo.
Não houve lágrima nem houve adeus
E você desapareceu.
Fábio Roberto
(vivido, escrito e musicado em 1981)
(vivido, escrito e musicado em 1981)
sábado, 18 de julho de 2020
A CERTEZA
Quando abri os olhos hoje o meu coração estava vazio
e frio, distante de qualquer paixão. Tentei me esforçar e me lembrar se um dia eu
amara alguém, por quem eu sofrera ou qual mulher me inspirara. Se uma deusa me
tivera umedecido os olhos de emoção ou me fizera tremer o esqueleto, só de
imaginar o toque poderoso e transcendente que revigorava a minha alma no tempo.
Mas nada me aconteceu na memória. Eu era sem história
e estava ali, apenas, jazendo entre cada ar que respirava e mais nada. Eu, sem
paixão, um ser disforme, indescritível, insólito, insignificante. Não havia som
em mim, pois só a solidão me habitava e nem pensamentos acometiam a minha mente.
Eu era como palavras apagadas, que nem rabiscos na página em branco deixaram
resquícios.
E assim, no absoluto vácuo do meu peito, o coração
palpitava em arritmia assustada, temeroso de nunca mais haver nem dor, nem uma
pontada de agonia e tendo ainda que testemunhar toda a possibilidade de sorriso
ser sugada instantaneamente de forma cruel e sadicamente violenta ao limbo,
pelo simples fato de não ter permanecido em mim um amor sequer.
Mas no meu íntimo mais profundo eu duvidava dessa
falta de sentimentos. Eu tinha a sensação de ter experimentado romances
intensos, relacionamentos dramáticos e aventuras perigosas. Não acreditava que
eu fosse esse personagem destituído de desejos ardentes, afetos fascinantes e amizades
alimentadas por atração que beirava a veneração, o vício, a lascívia e a
imoralidade.
Não sabia se realmente eu houvera acordado, mas quisera
ter recolhido forças e despertado deste pesadelo gritando o nome de uma Musa. O
nome dela, cuja rara e infinita paixão não pudera ter sido explícita e revelada
ao mundo, mas fora cantada em melodias sopradas pelos ventos e rimada em versos
desenhados nas nuvens. A vida, quando morre, sabe que existiu. Então fecho os meus
olhos agora, com a certeza de ter vivido tudo o que escrevi e cantei.
Fábio Roberto
quinta-feira, 9 de julho de 2020
O QUE SERÁ
Foram de arrepiar os momentos em que nos amamos. Tropeçávamos nas nossas sombras, embriagados da paixão que não conseguíamos esconder. Os nossos olhos gritavam sorrisos e nossas bocas transbordavam beijos que não cabiam em sentimento algum. Era violento demais, machucava muito acordarmos fora dos corpos, desligados totalmente da vida mundana e rotineira onde éramos obrigados a existir. Mas não vivíamos se não estivéssemos entrelaçados num coito sensível e animalesco que não terminava nunca, porque era plano seqüência único, sem cortes ou emendas, onde qualquer eventual interrupção momentânea não tinha significado, por ser apenas tempo disperso e sem sentido. Sabíamos que cedo ou tarde a lucidez da vida iria reinventar a nossa memória, então escrevemos versos, os cantamos e nos deixamos fluir até que parássemos de ventar tão forte e sobrássemos quase nada, nem brisa, nem sopro, só a inerte paisagem nos admirando assustada, sem compreender o que fôramos e pra onde fôramos deixando despojadamente só as nossas roupas abraçadas na dureza do chão. A poeira cobrindo saudade e a história que não poderia jamais ter sido contada. Talvez lágrimas sejam derramadas disfarçadamente pela luz da eternidade se não nos encontrarmos novamente, mas se nos encontrarmos, Linda, será de arrepiar.
OS OLHOS DELA
Só dava pra ver os olhos dela e era um vasto mundo que me convidava a compartilhar histórias. Quisera eu silenciar todos os sentimentos, puros ou profanos, com um beijo nos lábios dessa máscara. A imaginação é um desenho criado fora do espaço, desejo vivido antes que se possa medir o tempo. É o que acontece quando se sonha sem ter dormido. É o que expressa e significa esse olhar infinito, eterno, inesquecível. Um verso criado e apagado instantaneamente.
Fábio Roberto
sábado, 4 de julho de 2020
MAR
Eu te descreveria em poemas agora. Te tocaria acordes porque você é tantas canções. E és apenas isso e quase e tudo. Um algo que não existe como matéria, mas dói mais do que solidão rasgando peito. Porque saudade é como a morte, sempre longe e presente cada vez que se olha o sol. O amanhã é uma chuva que cai nas ruas, desliza nas sarjetas, passeia pelos esgotos e acaba abraçando o mar. Quisera eu alcançar ou ser o mar, onde eu te descreveria em poemas. Agora.
Fábio Roberto
domingo, 28 de junho de 2020
sábado, 27 de junho de 2020
CICLO NÚMERO 2
Vozes emudecidas
Violões sem cordas
Cordas sem pescoço
Violões sem cordas
Cordas sem pescoço
segunda-feira, 22 de junho de 2020
A PEDRA
Quantos
ventos sopraram por essa pedra que jaz na rua, levando
sua poeira e história para lugares muito mais próximos do que um dia eu fui?
Quantas
tempestades banharam essa pedra inerte entre raios e enxurradas, lavando a sua imortalidade
e afogando cada memória que por ela passou?
Quantos
sons entre gritos, choros, sussurros, gemidos, suspiros, cantares, declamações,
risadas, conversas e pausas silenciosas retumbaram por essa pedra?
Quantos
sóis de paixão, esperança, desespero, vontade, alegria, ilusão, fracasso, fé, desprezo
e pecado nasceram e apagaram frente a rotina dessa pedra na eternidade?
A
barba do tempo cresceu e a erosão consumiu a vida em torno dessa pedra que
tanto presenciou, mesmo sem espírito, sentimentos ou reações por ser apenas pedra,
assim como hoje eu sou.
Fábio
Roberto
domingo, 21 de junho de 2020
sábado, 20 de junho de 2020
sábado, 13 de junho de 2020
terça-feira, 9 de junho de 2020
domingo, 7 de junho de 2020
quarta-feira, 3 de junho de 2020
terça-feira, 2 de junho de 2020
domingo, 31 de maio de 2020
VÔ A MIL
Duas,
Elas
são Dez,
Dez
anos Duas vezes.
O
meu sorriso é em Dobro,
dobradura,
origami.
Elas,
Dueto.
Em
duelo do belo,
empatam.
Vencem
em Dupla,
mas
cada Uma é Uma.
Uma
e Uma, Únicas e Universais.
Cada
verso, cada versão,
geminiana
diversão
multiplicada
por Uma e Uma,
Mil
vezes:
Elas
são Demais!
Fábio
Roberto, maio/2020
sábado, 30 de maio de 2020
quarta-feira, 27 de maio de 2020
domingo, 24 de maio de 2020
terça-feira, 19 de maio de 2020
domingo, 17 de maio de 2020
quinta-feira, 7 de maio de 2020
VELHICE
Envelhecer é esvaziar-se inteiro.
É o emagrecer da alma.
Raiz desprendida da terra.
O desespero da calma.
Uma saudade que berra.
História em fuga do roteiro.
Envelhecer é o final da vela
E as rugas no rosto sombrio.
A palavra que encerra livros.
É o leito seco de um rio
O ocaso do deus Eros.
A tinta que borrou a tela.
Envelhecer é doença de infância.
Uma dor que não tem cura.
É passar muitas vontades.
A noite quieta e escura.
É perder as vaidades.
A sirene de uma ambulância.
Uma dor que não tem cura.
É passar muitas vontades.
A noite quieta e escura.
É perder as vaidades.
A sirene de uma ambulância.
Envelhecer é apagar o farol.
Violão de corda quebrada.
O tremor da mão que acena.
Assistir a morte da amada.
E é saber que valeu a pena
Viver cada nascer do sol.
Fábio Roberto
quarta-feira, 6 de maio de 2020
POSFÁCIO
(Dedicado a Flavio Migliaccio e a todos
os artistas que fizeram e fazem deste mundo um lugar mais suportável de estar)
terça-feira, 5 de maio de 2020
sábado, 2 de maio de 2020
segunda-feira, 27 de abril de 2020
sexta-feira, 17 de abril de 2020
FIM DE QUARENTENA
Eu não posso
abraçar a tua causa,
Meu abraço agora
está proibido.
Guardo desejo
e a enorme libido.
Nosso filme em
estado de pausa.
Não adianta
insistir no convite,
Dançando
bela e desnuda na live.
Feche os
olhos, garota, just drive,
Em sonho
para além do limite.
Mas tua voz
sensual no whatsapp
Foi um
canto, doce e rouco gemido.
Um poema de
amor pervertido,
Que acabou
com o meu jogo esse zape.
Que se dane
a tal da pandemia,
Pra fantasia
já vou mascarado,
Revelando só
o olhar de tarado:
Se eu morrer, morrerei na boemia.
Fábio
Roberto
domingo, 12 de abril de 2020
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