A paixão que consome como um vício que dá prazer e ao mesmo
tempo suga toda a energia do viciado é contada pela ótica do cigarro tragado
por uma mulher. A metáfora do sentimento que arde, corrói, machuca, domina e
contamina. E tudo acaba em um beijo que fica gravado na memória da alma, pois o
cigarro é jogado ao chão feito a paixão que se apagou.
FEITO UM CIGARRO ( Musicada em 2009)
Você fala, mas sou eu quem arde.
Sou eu que aqui na tua boca queimo
e entre teus dedos vejo como é tarde.
Eu sou um vício, te domino e teimo
em acompanhar-te pela madrugada.
Eu te percorro, feroz sentimento,
mas te esvazio após cada tragada
e contamino até o teu pensamento.
Impregnado em ti o meu odor
e o meu suor, paixão que exalei,
tu me apagas, mas não apagas a dor.
Mesmo jogado ao chão, faço-me rei.
O teu baton, consciente e sonhador,
gravou em mim teus lábios que beijei.
Fábio Roberto
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