quinta-feira, 26 de maio de 2016

Cemitério de Leões

A selva não mais me alimenta.
Nem a carne, nem o espírito.
O rio secou água da lenda.
Caíram árvore, sombra e mito.

Rugido não mais ecoa forte.
A caçada terminou em armadilha
Uma feroz espera pela morte.
A sílaba que faltou na redondilha.

Assim, façam a festa abutre e hiena.
Meus ossos vão voltar à natureza,
como se fossem a dor de uma gangrena
que devorou a alma da tristeza.


Fábio Roberto