quarta-feira, 30 de outubro de 2019

AMBIGUIDADE


Quando muito sou pedaços
E cada parte é dolorida
E se sobraram espaços
São das próximas feridas

Isso não é fatalismo
É realidade que surge
Os pés à frente do abismo
Atrás uma fera que ruge

Diga, existe esperança?
Eu pulo e saio voando?
Morte não aceita fiança
Nem o inferno memorando

Tudo se passa em segundos
E demora uma eternidade
Sentimentos assim vagabundos
Revelam a ambiguidade

Se o medo é do alívio
Do fim ou da continuidade
A certeza do oblívio
Que a vida é insanidade

Fábio Roberto