quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

MORENA

 

Não me procure, morena, esta é a noite sem lua.

Nem tente ouvir o meu canto.

É só o vento assoviando ao varrer as ruas vazias.

As palavras dos poemas viveram os seus momentos,

Agora resta apagarem como o fim de uma vela

E que a escuridão abrace tudo em volta.

 

Não me espere, morena, esta é a noite sem lua.

A paisagem à frente não vale o sonho.

Se cair uma lágrima é tempestade

E deve haver um tempo melhor por aí.

Corra pra longe da armadilha que te apresento.

Sabemos que ser feliz assim é impossível.

                                             

Não me siga, morena, são sem rumo os meus passos.

A paixão nunca morre, mas será que isso é bom?

Eu não quero que sofras, deixe isso em mim.

Não se lembre do beijo que nunca acabou

E do arrepio em seu corpo, que nunca passou.

Não me olhe nos olhos, deixe a noite sem lua, morena.

 

Fábio Roberto