sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

OVERDOSE

Tenho essa coisa compulsiva, exagerada, passional, dramática
Transbordante, imoderada, desmedida e leonina
É muita fome, é muita sede, é muita raiva e muito tesão
Ou quanta doçura, quase frescura, também fissura e destemperança
Auge do vício, além de amor ou depressão que supera o poço
Melancolia que vira alegria e é insuperável, é insuportável
Ora distância e desprezo ou tão presença que rasgou a alma
O sangue jorra e nem me incomoda, a dor transforma-se em cicatriz
Canto e aviso, mas surpreendo porque não sou o dono do meu tempo
Nem sei o quando, cheguei tão cedo que a ansiedade levou-te embora
Você está certa, ninguém precisa viver esse tanto em cada segundo
Talvez eu morra uma eternidade, mas caso eu acorde estarei sorrindo
Fábio Roberto