quinta-feira, 13 de junho de 2019

DESTINOS VII

Se não existir pelo menos um olhar para admirar a paisagem,
tanto faz que seja bela ou disforme.
Será uma paisagem, apenas, uma paisagem qualquer
ou nem mesmo paisagem.
Assim como a minha vida sem você.
Tanto faz que seja lúgubre ou venturosa,
rotineira ou súbita.
Não importa a longevidade.
Será uma vida, apenas, uma vida qualquer
ou nem mesmo vida.
Saudade.
Fábio Roberto
Do Livro dos Destinos


quarta-feira, 5 de junho de 2019

BUMERANGUE

Eu não falo de morte, se o teu amor eu canto.
Eu me visto de lorde, eu me faço de santo.
Acabo voando sem norte e a dor é um manto,
Se o teu desprezo me morde. Na solidão eu decanto.

Eu não falo de sangue, se o teu amor existe.
Sou herói de bangue-bangue, eu jamais fico triste.
Mas o sorriso é exangue naquele segundo que hesites,
Se a paixão bumerangue sempre volta e desiste.

Sim, eu falo de vida se o teu amor for eterno.
A minha alegria atrevida, o sentimento que esterno.
Mas a palavra duvida e todas as rimas eu hiberno,
Pra não acabar o poema representando o inferno.

Fábio Roberto