sexta-feira, 17 de abril de 2020

FIM DE QUARENTENA

Eu não posso abraçar a tua causa,
Meu abraço agora está proibido.
Guardo desejo e a enorme libido.
Nosso filme em estado de pausa.

Não adianta insistir no convite,
Dançando bela e desnuda na live.
Feche os olhos, garota, just drive,
Em sonho para além do limite.

Mas tua voz sensual no whatsapp
Foi um canto, doce e rouco gemido.
Um poema de amor pervertido,
Que acabou com o meu jogo esse zape.

Que se dane a tal da pandemia,
Pra fantasia já vou mascarado,
Revelando só o olhar de tarado:
 Se eu morrer, morrerei na boemia.


Fábio Roberto


quarta-feira, 1 de abril de 2020

HUMANIDADE

Hoje até o sol é solitário
e reluta em acender os seus raios.
A coragem está guardada no armário.
Só há vida em tubos de ensaios.

Os olhos no microscópio
vêem tanta gente minúscula.
Sentimentos em calidoscópio
refletindo a alma ridícula.
O planeta aproveita e se regenera,
saboreando o prazer da sua cura.
Sofre e morre a rainha, a besta-fera
humanidade. E leva a sua loucura.

Fábio Roberto

ELA

Teus olhos me dão esperança
De um tempo melhor e duradouro.
Eu te convido para uma dança,
Com a alegria sincera de um calouro
Começando outro curso na vida,
Esquecendo no passado a ferida
Que agora não dói, nem importa.
Nossa música é forte e sensível,
Ouvi-la até nas nuvens é possível,
Enquanto o vento vai soprando
Brisa de paixão. Fica o céu nos admirando,
Como se fôssemos estrela e astro
Ou cometas deixando luzes de rastro:
alegria que só o infinito comporta.

Fábio Roberto