quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

PANDORA

Hoje o meu poema não é triste,
tampouco minha música alegre.
Mais rápido que os dedos num tuíte.
Lentamente quanto amor que desintegre.

Hoje é assim um quase ou quase nada,
tal como estar de fraque e ser um pária.
Fugaz como o amor que se evada.
Eterno como a voz em uma ária.

Não sei se é hoje o tempo desta história.
Sei lá se estou vivendo este agora,
ou se é um pesadelo da memória.

Pergunto ao céu se fico ou vou embora.
Não sei se é fuga, encontro, paz ou glória,
mas fecho-me na caixa de Pandora.


Fábio Roberto

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