domingo, 3 de dezembro de 2017

ESPELHO

Eu sou de paz. Até que pisem no meu calo.
Calo? Nunca. Até amordaçado o que eu sinto falo.
Falo? Sempre pronto, duro, ereto e disposto a gozar.
Gozar? Basta olhar para algumas idiotas caras.
Caras? Eu pago o preço e acendo a minha chama.
Chama? Chamo quem eu quiser, mas que alegria traga.
Traga? Aspiro e engulo esta fumaça e as cinzas.
Cinza? Não vejo a cor do horizonte, ele que me fita.
Fita? Já não é preciso prender meus cabelos.
Belos? Somente teus espelhos, você em meus olhos...

Fábio Roberto
imagem wahooart

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