sexta-feira, 13 de outubro de 2023

À Aqueles Meus Olhos



A quem pergunta onde foi parar o meu sorriso,

Respondo que acredito que ele desceu o rio,

para alcançar o mar onde se misturou ao Universo.

À agua salgada e sagrada, lugar em que as energias repunha,

Com vento na cara e chuva leve regando a alma,

Raios distantes espocando no céu antes do pôr do sol,

Que sempre nascia imponente e soberano,

Dourando a natureza e meu corpo outrora perfeito.

Perfeito é modo de dizer, claro,

Mas pelo menos dava pro gasto,

Pra um jogo de bola, ou a roda de viola no sarau,

Beber descontroladamente, vivendo tudo compulsivamente,

Amando respirar a inspiração doada pela lua e pelas estrelas

Em forma de Musas.

Eu gostava tanto de compor ao violão, escrever poemas malditos,

Românticos, engraçados, emocionantes e sérios de chorar.

 

Então,

Deixe eu chorar um pouco, agora, por tudo o que vivi e sonhei.

Por tudo que vejo neste planeta injusto e cruel com os bons.

Ah, e por tanta paixão em meu coração que às vezes até para de súbito.

Por tudo que ainda tenho por fazer e sabe deus como farei

E, teimoso, vou tentar, mesmo com a coragem leonina combalida.

A Juba já está curta aguardando o que virá

Queria ser muito mais forte do que na verdade eu sou.

Então eu oro para protetores, guias e ancestrais, que me ajudem

E ajudem todos e todas que amo desenfreadamente

 

O sorriso, já disse, sempre esteve em meus olhos.

Deixe eu chorar um pouco com eles, agora.

 


Fábio Roberto

13/10/23

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