quarta-feira, 31 de maio de 2017

À BAILARINA

Mulher dos sonhos transparentes,
lascivos e indecentes,
construídos na paixão.
Mulher, aceito a tua dança
formando aliança
com nossa ilusão.
Abraço a fome do teu corpo,
disfarço e bebo a tua dor.
Cansaço e mágoa de um morto,
faço-me assim o teu consolador.
Mulher, não se ama impunemente,
mesmo que a gente tente
não há como escapar.
Mulher, deixaste a tua lembrança
no beijo que ainda alcança
e torna-nos um par.
Apague essa realidade.
Negue ser de um deus cruel.
Faça em mim tua vontade.
Nasça a tua vida neste céu.

Fábio Roberto
(Poema do conto “A Bailarina, o Barman e o Pianista”)


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