quinta-feira, 1 de março de 2018

POEMA APAGADO

O poema mais bonito não será escrito.
Ele não será parceiro da melhor música.
Tanto faz fosse romântico ou maldito
e fosse melodia profana ou lúdica.

Pouco importa, pois ele jamais será escrito,
declamado, lido, ouvido ou sentido.
Não nasceu, não existiu, mas morreu. Foi proscrito
pra exilar-se apagado, nobre, partido...
Letras jogadas ao chão do papel, sem a musa
a inspiração que vá procurar outras penas.
A palavra amor, som da vida, é intrusa.
E a vida é a espera de morrer, apenas.

Fábio Roberto
Do Livro dos Poemas Cap. Musas


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