domingo, 13 de setembro de 2020

OUTUBRO - À S.H.


Sim, tu foste eterna
e ainda és, em tantas canções e poemas
a ti dedicados.
Eu me pergunto sempre,
por que éramos tão jovens?
Pra onde estão olhando os teus olhos verdes
que iluminaram o meu coração?
Nesse tanto tempo,
que ventos acariciaram os teus cabelos,
soprando o dourado deles pra tão longe?
A vida separa afinidades e amores.
E não me conformo que eu não nos sabia,
não te compreendia e não me existia.
Eu te deixei ir embora lacrimejando paixão,
sem conseguir explicar o quanto eu também morria.
Talvez por isso a quantidade de escritos e melodias
criadas do nada depois, ditadas por tua inspiração.
Sei que não gostarias destas palavras quadradas.
Éramos undergrounds, contestadores, cults, “meio hippies”.
Diria que até demais, às vezes, um casal bem maluco.
É que hoje estou sem aquele texto ácido, ferino,
agressivo e irônico que me caracteriza.
Mas dane-se o mundo se estou convencional
neste momento em que é tarde,
muito tarde pra dizer “te amo”,
mas agora eu já disse.
Fábio Roberto
(não agüentei esperar outubro...)


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