sábado, 31 de agosto de 2019

DESESPERO


Eu não tenho mais motivos
E igualmente eles não me têm
Seja pra continuar a vida
Seja pra morrer, também
Tanto faz tamanha a minha fome
Muito eu faria por imensa sede
Não importa que o sangue não sacie
Nem quando o fato encontra uma parede
Mesmo que eu sonhasse paisagens belas
Eu as veria com olhos de rua
Se na sarjeta a emoção dormisse
Feito o adeus de uma Musa nua
E nela eu perdesse os meus pensamentos
Porque em mim talvez fosse ela eterna
Quem sabe nunca houvera existido
Ou sido a luz no fundo da caverna?
Queria eu o fim da minha história
E junto com ela a gana por vingança
É um desespero ainda ter vontades
Sorrir, assim, como sorri criança
Fábio Roberto

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