quarta-feira, 18 de abril de 2018

PROFESSOR

Não me sabia professor de matemática.
No máximo aprendiz da dialética.
Hoje, mais adepto da estática,
ainda apaixonado pela ética.
Uma mulher considerou-me antigo mestre,
que outrora fora muito importante.
Enganou-a este Einstein quase eqüestre,
pois dos números sou mero retirante.
Eu poderia engabelar a tal donzela.
Talvez até fingir-me engenheiro
que nunca fui. A lousa era mazela.
Perdia-me nas fórmulas inteiro.
Será que valeria intenso esforço,
pra calcular da soma o resultado?
Da expressão restou-me apenas um esboço,
feito com giz, rabiscado e apagado.
Se a incógnita do amor é uma rima,
o xis da equação é evidente
e eu concluo sem pensar aqui de prima:
sou teu por mais que a diaba tente.
Faroberto

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