terça-feira, 15 de maio de 2018

AO DIRETOR

Eu estou tão cansado que não tenho sono
e digo a você que do mundo é o dono,
o regente, o diretor do espetáculo,
que não precisa me doar tanto obstáculo.
Sozinho tropeçarei em minhas pernas,
cada vez que me expulsarem das tavernas.
O mundo fica estranho quando sóbrio:
bacilo, bactéria, vírus e micróbio.
A vida deixa qualquer um atônito.
Eu mesmo vou ter que limpar o vômito,
do estomago embrulhado pela raiva.
Mas tudo passa e até o futuro irá passar.
A memória, a quem importa devassar?
O sangue, comovido, some na gaiva...

Fábio Roberto
Do Livro dos Poemas


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