segunda-feira, 28 de maio de 2018

UM DIA

Vai o dia embora envergonhado
E vai tarde, apático, desengonçado
Lúgubre, sombrio, tristonho, cinza
Desfigurado rosto, coração ranzinza
Não será lembrado ou esquecido
Sua estória não deixou céu comovido
Foi inútil dia, nem feriado, nem rotina
Tão longo e sua queda repentina
Um dia que passou de voz calada
Os olhos nem abriram, natimortos
Passos insalubres, duros, tortos
Levam a alma rude, despetalada
Acaba e não renasce, não há nada:
esquifes, velas, rezas, choros, portos

Fábio Roberto
Do Livro dos Poemas

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