segunda-feira, 21 de maio de 2018

NEVE

É possível transformar o tudo em nada,
deixar morrer a vida iluminada e vibrante,
fugir tal qual um insano retirante,
da chuva benfazeja que lhe rega a estrada.
Pra que beber da água, se o sol o sangue seca?
Por que molhar os pés um tempo e ter descanso,
abrir o sorriso n’alma, respirar e ser o avanço,
adormecer e ter o sonho que qualquer medo breca?
Um amor vale à pena ou qualquer pena.
Um amor intenso que torna até o passado leve.
Uma paixão tão forte que para o futuro deve
explicações. Por que a solidão entrou na arena,
com seu manto de tristeza e fria neve?
Porque a mão do amor o adeus acena.

Fábio Roberto
Do Livro dos Poemas

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