terça-feira, 24 de outubro de 2017

M USA

Não posso e não vou dizer aqui o teu nome,
justamente aqui onde consigo me expressar.
Quem me sabe, sabe o tamanho da minha fome.
Conhece esta volúpia que cresce e nunca irá passar.

Sou um devorador voraz, mas sensível do tempo.
Ansiedade pra mim morreu ontem, ou antes,
atrasada perante a pressa do meu sentimento.
Renasço, sem que do cadáver minha alma se levante.

Ah, mas se poeta sou, não tinha que palavras soar.
Se minha boca fechasse, mosquito nenhum entrava.
Não existiria confusão ou algo a nossa alegria amaldiçoar.
Nem conheceria o tormento que a frase correta trava.

Não posso e não contarei aqui como tu chamas.
Só quero gritar ao mundo que te amo,
no precedente instante que me apague a chama
dos olhos, da mente, do sangue que derramo.

Não falarei, deixo musicada e escrita a minha herança
explícita, óbvia, claríssima, a ti inteiramente dedicada.
À minha musa coberta de paixão, sonho e esperança,
precisavam falar meus olhos, sons, poemas e mais nada.

Fábio Roberto


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