sábado, 18 de novembro de 2017

O ESTERTOR DA POESIA

Não sei por que eu teimo e escrevo
Talvez da poesia eu seja escravo
Juntar algumas sílabas me atrevo
Dedicando à vida um desagravo

O sentimento surge logo cravo
Nem sei de onde vem, só o transcrevo
Se for suave dramatizo e agravo
Se for maldito e bravo só descrevo

Se me acabam as rimas, modifico
Pena que não é assim com a vida
Penso que estou, nem fui nem fico
Alma vagueando numa ermida

Ah palavra, agora eu te hiberno
Presa, ficarás em minha cabeça
Queimaremos juntos neste inferno
Até que a consciência desfaleça


Fábio Roberto

Nenhum comentário:

Postar um comentário