terça-feira, 7 de novembro de 2017

O POEMA NOVO

Fiz este poema em 2008. Sempre novo.
O POEMA NOVO
A minha prioridade não é mais você.
É uma pena, mulher dos meus sonhos.
Mas como um poeta que não dorme pode sonhar?
Como pode se iludir se a realidade é tão simples.
Nascemos em quais planetas?
Crescemos em quais paisagens?
Onde vivemos as nossas aventuras?
Quando os nossos passos se cruzaram?
Nossos corpos se completaram antes que as nossas almas se reconhecessem.
Foi isso... foi isso... foi isso...
Os nossos olhares se fundiram naquele momento em que o tempo sorriu.
Foi o meu desespero ou o teu?
Foi a tua ou a minha mão que nos puxou para um abraço tão poderoso?
Qual a boca que nos engoliu pelos dois?
Qual o sexo que transbordou primeiro?
Eu, um fogo ora brando ora abrasador, te quero como quero a vida.
Nasci poeta melancólico e palhaço.
Como podem habitar os dois ao mesmo tempo em mim?
Mar ora revolto ora tranqüilo, você me ama e dispensa este amor eterno.
Que vida você terá sem um amor de tal intensidade?
Como pode habitar ao mesmo tempo em ti a minha presença e a minha ausência?
Porque você experimentou a minha força. Conheceu até a minha covardia.
E eu experimentei o sabor dos teus desejos. Até aqueles que só eu gostei.
Eu te sei antes dos teus gestos. Eu te sei antes de tuas lágrimas surgirem.
Eu te sei antes das palavras te fluírem. Antes que imagines algo, te sei.
E tu me sabes tanto, tanto, tanto, que me desprezaste hoje sem querer.
Mesmo sabendo que irás sofrer. E que terás uma saudade insuportável.
Estou olhando para a linha do horizonte e não sei se estou vendo você.
Você está me vendo? Se estiver, minha linda, cante, cante para eu te encontrar.
Eu te alcançarei com meu violão vagabundo, meu tênis velho, meu cabelo bagunçado, minhas roupas surradas, meu coração cansado e o poema novo que fiz pra você.
Fábio Roberto

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